Foto: Rian Lacerda (Diário)
Entre Val de Serra e Itaara considerado o pior trecho, já recebe novas camadas de asfalto pelo Dnit
Menos de um mês após uma reportagem do Diário evidenciar o estado caótico da BR-158, com crateras que podiam causar acidentes e prejuízos diários, o cenário no trecho entre Santa Maria e Júlio de Castilhos tem mudado aos poucos. Uma nova passagem pela rodovia, realizada nesta quarta-feira (16), constatou que as reclamações de motoristas e moradores surtiram algum efeito e o trecho antes considerado o mais perigoso foi recuperado, mas a estrada, vital para o escoamento da produção, ainda está longe das condições ideais.
Alívio entre Itaara e Val de Serra
Nos 17 quilômetros entre Itaara e Val de Serra, que no final de junho era um campo minado de buracos, vários trechos receberam uma nova camada de asfalto. As crateras que levaram a enfermeira Jean Carla e seu marido, Marcos Rigão, a estourarem um pneu novo, e onde a reportagem contou cerca de 30 buracos em menos de 100 metros, deram lugar a uma pista em melhor condições. Com isso, a perigosa manobra de desviar pelo acostamento, que quase causou uma colisão frontal entre caminhões no mês passado, não é mais uma necessidade constante para os motoristas.
A melhoria é resultado de uma ação de recuperação do pavimento, confirmada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Segundo o órgão, equipes estão trabalhando na recomposição da pista neste local.
O perigo agora são os desníveis
Se por um lado houve melhora, por outro, um antigo problema continua, principalmente no trecho de aproximadamente 30 quilômetros entre Val de Serra e Júlio de Castilhos. Apesar da operação tapa-buracos ter diminuído as crateras, a rodovia apresenta dezenas de desníveis e ondulações.
O defeito no asfalto, provocado pelo intenso tráfego de veículos pesados que escoam a produção do interior para o sul do Estado, torna a viagem perigosa.
Imprudência se soma aos problemas

Além das questões estruturais, outro fator de risco foi notado: a imprudência dos motoristas. Mesmo em trechos com visíveis problemas de desnível, muitos veículos foram flagrados em alta velocidade. Manobras de ultrapassagem em locais proibidos, com faixa contínua - como na foto entre dois caminhões - também são comuns.
De forma geral, a rodovia está em condições melhores do que as registradas no final de junho, mas a sensação é de que a solução ainda é parcial.
O que diz o Dnit
À reportagem, o Dnit informou que, além da equipe que executa a recuperação da pista entre Val de Serra e Itaara, outra frente de trabalho atua nos serviços de conservação, com roçada e limpeza da faixa de domínio entre Santa Maria e Júlio de Castilhos. O órgão reforçou ainda que continuam as obras de contenção de encostas na serra entre Santa Maria e Itaara.